IL Pede ao Governo Português que faça pressão para regresso seguro de Venâncio Mondlane

Manifestações pós eleitoral
IL Pede ao Governo Português que faça pressão para regresso seguro de Venâncio Mondlane 

 

Deputado da IL Rodrigo Saraiva apelou ao Governo português para que faça pressão sobre o executivo de Maputo de forma a obter "garantias de segurança" para o regresso de Venâncio Mondlane ao país.


O deputado da IL Rodrigo Saraiva apelou este domingo ao executivo português para pressionar a Governo moçambicano para “dar totais garantias de segurança” ao candidato presidencial Venâncio Mondlane que anunciou para quinta-feira o seu regresso a Moçambique.


Através das redes sociais, Rodrigo Saraiva, também vice-presidente da Assembleia da República, considerou “um passo importante e de enorme coragem” esta decisão anunciada por Venâncio Mondlane de que vai voltar a Moçambique mais de dois meses depois de deixar o país.


“O governo português, diretamente e mobilizando comunidade internacional, em especial a União Europeia, deve pressionar o governo moçambicano para dar totais garantias de segurança a Venâncio”, apelou. Para Rodrigo Saraiva trata-se de “uma exigência de liberdade”.


“Estão a matar os meus irmãos, estão a sequestrar os meus irmãos”, disse Venâncio Mondlane num direto ao final do dia deste domingo, na sua conta na rede social Facebook, para apresentar a fase de contestação pós-eleitoral que denominou de “Ponta de lança”.


Venâncio Mondlane, que está fora de Moçambique, alegando questões de segurança, desde 21 de outubro quando foram desencadeadas as manifestações pós-eleições de 9 de outubro, anunciou que regressa a Maputo, através do aeroporto internacional de Maputo, às 8:05 locais (6:05 de Lisboa) de quinta-feira, 9 de janeiro.


O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tinha defendido este domingo que há condições para “manter a paz” e a reconciliação em 2025, depois de mais de dois meses de violência pós-eleitoral que provocou quase 300 mortos e elevada destruição.


Após o anúncio dos primeiros resultados das eleições gerais de 9 de outubro de 2024, Moçambique mergulhou em mais de dois meses de consecutivas paralisações e manifestações, que degeneraram em violência, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece aqueles resultados.


O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou o dia 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi.


Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.


Este anúncio levou de imediato a novos confrontos, destruição de património público e privado, manifestações, paralisações e saques, mas na última semana, sem novas convocatórias de protestos, a situação normalizou-se em todo o país.


A sua eleição é contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane — candidato que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória — em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.


Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas foram baleadas, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.


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